O Daruma é um boneco sem braços ou pernas. Seus olhos não têm pupilas. Quem ganha um Daruma pinta um dos olhos e faz um pedido. Ao ter o pedido atendido, pinta o outro olho.
Crise
Há alguns anos a mídia começou a sentir os efeitos da explosão da internet, os veículos começaram a perder assinantes e anunciantes, entraram em crise e muitos fecharam. E se os veículos morressem, as assessorias de imprensa também morreriam. Eu sei, a crise da mídia gerou outras implicações até mais importantes, mas por favor entenda: aBRSA, minha agência, tinha como carro chefe a prestação de serviços de assessorias de imprensa. O meu estava na reta!
Foi nesse ambiente tenso que eu e minhas sócias Juliana Saad, Márcia Becker e Samara Monteiro começamos a perder o sono. Se não nos mexêssemos, iríamos minguar, sofrer e morrer.
Oportunidade
Mas, como dizia um antigo chefe gaúcho, “não está morto quem peleia”. E começamos a nos mexer. Criamos novas soluções de conteúdo e voltamos a fazer eventos corporativos. Surgiram oportunidades de consultoria em comunicação e marketing. Reforçamos as soluções em mídias sociais e nos aprofundamos no marketing digital.
Quando percebemos, a assessoria de imprensa ainda representava boa parte de nosso negócio, mas os outros serviços já representavam uma importante parcela de nosso faturamento (também ficou claro que muitos veículos vão sobreviver e que uma boa assessoria de imprensa vai sempre ser muito útil).
Para aproveitar o embalo, em 2014 contratamos os serviços doAlexandre Neves, ex-CEO da Kaisen, atual empreendedor em série e consultor de negócios, e criamos o Projeto BRSA 2020. E agora em 2015 chamamos a Daniela Ayala, excelente publicitária, para ser nossa sócia na área de planejamento e criação.
A BRSA emergiu de todo esse movimento mais forte e como uma verdadeira agência de comunicação integrada.
Eu sei que é um papo meio batido, mas no nosso caso essa crise da mídia realmente nos tirou da inércia, do aconchego (e perigo) da zona de conforto. Ainda temos muito a fazer e os riscos ainda existem, mas sou grato por termos conseguido aproveitar oportunidades que a crise da mídia nos trouxe. Nessa linha gostaria também de agradecer à Dilma pela crise política… bom, nem tanto.
E um Daruma
Em 2013, ou seja, quando eu e minhas sócias já estávamos perdendo o sono, ganhei do Joel Meyer e do André Volpe, sócios da agência Werte, um Daruma de presente. Fiquei feliz, mas na época estava tudo meio nublado, não sabia o que pedir e acabei não pintando o olho dele. Hoje, com tantos caminhos e oportunidades, tenho várias coisas para pedir… e esse é o problema. O Daruma é um só para tanto sonho.
*Para saber mais sobre o Daruma: http://www.nipocultura.com.br/?p=1227 ou https://pt.wikipedia.org/wiki/Daruma
*por José Augusto Moura
sthe2016.wordpress.com 